Gabriela Chiapini
Terapeuta ocupacional

Como lidar com a Seletividade Alimentar?

Como a Terapia Ocupacional Pode Ajudar na Seletividade Alimentar Infantil?

Você já se pegou preocupado com a alimentação do seu filho? Se sim, saiba que você não está sozinho. A seletividade alimentar em crianças e adolescentes é um desafio comum enfrentado por muitas famílias. Mas o que exatamente é a seletividade alimentar e como a Terapia Ocupacional pode ser uma aliada nesse processo? Nesse artigo te ajudo a responder essas dúvidas.

O que é Seletividade Alimentar?

A seletividade alimentar é caracterizada pela recusa persistente a certos alimentos, limitando a variedade da dieta de uma criança. Isso pode resultar na ingestão insuficiente de nutrientes essenciais, o que, por sua vez, podem afetar o crescimento, o desenvolvimento e a saúde geral da criança. A seletividade também passa a ser um problema com consequências sociais, quando a família se percebe refém de determinados alimentos e necessita de muita organização prévia para sair de casa com a criança seletiva.

Comumente também lidamos com famílias de crianças seletivas que apresentam muitas dificuldades com o momento da refeição em si. Momentos que se assemelham a cenários de guerra muitas vezes, com pais correndo atras das crianças, barganhas sem fim, promessas de recompensas para uma simples colherada, refeições que duram horas… Enfim momentos de refeições difíceis também tendem a fazem parte do quadro de seletividade alimentar.

Causas da Seletividade Alimentar

As causas da seletividade alimentar podem ser diversas e incluem fatores genéticos, gastrointestinais, sensoriais, emocionais, comportamentais e ambientais (momento da refeição da criança). 

Algumas crianças podem ter sensibilidade aumentada ou diminuída com certas texturas, cores ou sabores, enquanto outras podem desenvolver aversões alimentares devido a experiências negativas passadas, como associações ruins com alimentos devido a doenças ou pressões excessivas no momento de comer.

 Questões alimentares também podem se relacionar com padrões de rigidez comportamental (não experimenta o novo), dificuldade em ter segurança com o alimento a ser ingerido

Seletividade alimentar, criança sem recusar alimento

Terapia Ocupacional na Seletividade Alimentar

A Terapia Ocupacional desempenha um papel fundamental no tratamento da seletividade alimentar, oferecendo abordagens práticas e baseadas em evidências para ajudar as crianças a expandirem sua variedade alimentar. Aqui estão algumas maneiras pelas quais a Terapia Ocupacional pode ajudar:

  • Avaliação Individualizada: Um terapeuta ocupacional realizará uma avaliação detalhada das habilidades sensoriais, motoras e comportamentais da criança relacionadas à alimentação, identificando suas necessidades específicas.
  • Terapia Alimentar em consultório: Os terapeutas ocupacionais utilizam diferentes técnicas para ajudar as crianças a se familiarizarem com novos alimentos, criando um ambiente seguro e de apoio para experimentação. Com orientações para serem seguidas em casa, juntamente com as abordagens realizadas em consultório.
  • Modificação Ambiental: Os terapeutas ocupacionais podem recomendar modificações no ambiente alimentar, como mudanças na apresentação dos alimentos ou na rotina das refeições, para promover uma experiência alimentar mais positiva.
  • Estratégias de Autorregulação: Ensinar às crianças habilidades de autorregulação pode ajudá-las a reconhecer e responder de forma adequada às sensações corporais durante as refeições, promovendo uma relação mais saudável com a comida.
  • Intervenção Multidisciplinar: A Terapia Ocupacional frequentemente colabora com outros profissionais de saúde, como nutricionistas e fonoaudiólogos, para desenvolver um plano abrangente de intervenção.

Por onde RECOMEÇAR?

1 – A criança deve participar do processo de preparo dos alimentos, o quanto for possível, para que veja o modo como foi feito e inicie o processo de confiança e segurança no alimento.

2 – Inclua a criança no processo de compra dos alimentos no mercado.

3 – Enfeite e decore o prato da criança. Ofereça pratos, talheres e copos coloridos. Comer pode e deve ser divertido! 

4 – Todos os dias deve conter no prato: um alimento de segurança (que já aceita) e um alimento novo (que não conhece/ainda não aceita).

5 – Permita que a criança brinque com alimentos, seja em horário de refeição, seja no tempo livre ou lanchinhos. Comer também é brincar! O brincar aproxima a criança de novos alimentos.

6 – A refeição deve durar no máximo de 30 a 45 minutos, certificando-se que a criança pelo menos comeu os alimentos de segurança, mesmo que não consuma os alimentos novos.

7 – Inicie a oferta de alimentos novos por alimentos que já fizeram parte do repertório da criança. A chance de aceitar é maior.

8 – Procure não trocar a refeição por outros alimentos que não fazem parte dela naquele momento (ex: trocar a comida pelo leite).

Conclusão

Se você está enfrentando desafios com a seletividade alimentar de seu filho, saiba que há esperança e ajuda disponível. A Terapia Ocupacional oferece abordagens eficazes e personalizadas para ajudar as crianças a superarem suas dificuldades alimentares, promovendo hábitos alimentares saudáveis e uma relação positiva com a comida. Não hesite em buscar apoio profissional e junte-se a nós no caminho para uma alimentação mais variada e nutritiva para o seu filho.

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